sábado, 17 de janeiro de 2009

Comunidades de prática

As comunidades de prática (CoP's) são espaços sociais de acção, de saberes e identidades, em que os seus membros partilham as suas práticas. A aprendizagem ocorre nas práticas sociais, já a cognição é partilhada socialmente entre os membros da comunidade. A aprendizagem pode não ser intencional na comunidade.
Numa perspectiva mais ampla, as CoP’s podem ser consideradas ferramentas que permitem a construção do conhecimento que surge naturalmente nas relações sociais. As pessoas estão ligadas informalmente por um interesse comum no aprendizado e na aplicação prática.
O objectivo primordial das Comunidades de Prática será desenvolver as competências dos participantes, permitindo a partilha do conhecimento.
A evolução constante das tecnologias de informação e comunicação as relações transformaram-se em redes sociais cada vez mais frequentes e complexas.
Os elementos estruturais da CoP são prática, domínio e comunidade. O domínio será a área de conhecimento em volta do qual se constrói a comunidade e isto se transforma em sua identidade. Comunidade é “uma configuração social na qual nossos empreendimentos são definidos como valor perseguido e nossa participação é reconhecida como competência” (Wenger, 1998). Tem de haver uma comunidade, uma partilha e construção de novos conhecimentos.
O elemento mais importante será certamente a prática, logo ela é o desafio que agrupa e mobiliza os seus membros. Os membros da comunidade aprendem juntos como fazer coisas pelas quais se interessam.
Para criar uma boa ferramenta devem ser colocadas questões sobre os destinatários:
•Quais são as características pessoais?
•Que recursos de tecnologias têm disponíveis?
•Qual a experiência dos utilizadores com os computadores e Internet?
•Quais os objectivos que devem ser atingidos?
•Que necessidades os destinatários vão ter?


Etienne Wenger descreve uma comunidade de prática a partir de três dimensões: empreendimento comum, envolvimento mútuo e repositório de informação partilhada. A prática de uma comunidade inclui linguagem, instrumentos, documentos, símbolos, procedimentos e regras que as próprias práticas tornam explícitas.
Da minha experiência profissional optei por considerar a plataforma de aprendizagem em ambiente escolar, Moodle. Como professor da disciplina assumo o papel de dinamizador.
Nesta reflexão usarei dois princípios descritos no texto Wenger et al. (2005) “Technology for Communities”, são:
- Design de evolução – qualquer ferramenta deve evoluir ao longo do tempo. Quando se pensa em criar uma disciplina nesta plataforma, é necessário pensar no seu design, mas também é fundamental estar atento à evolução das condições ao longo do tempo. Verifico que os alunos criam rotinas e novas formas de comunicação. O administrador deve criar condições para que seja um espaço activo dos alunos entre pares e com o professor que será o elemento mais experiente.
Qualquer design da interface de um produto deve ser robusto e agradável do ponto de vista estético, assim como orientar e ganhar atenção do aprendiz.
Na minha experiência muitas das vezes existem negociações com os alunos inscritos na disciplina da plataforma como datas de entrega de trabalhos, pedidos de exercícios resolvidos, etc., possibilitando uma maior adaptação às características da diversidade dos alunos.


- Design para a facilidade de utilização e de aprendizagem – qualquer ferramenta deve permitir uma interacção fácil, aumentando as possibilidades de comunicação e apoio aos alunos.
As actividades propostas devem estar em sintonia com os objectivos e metas definidos. A variedade de recursos disponibilizados ao aluno deve permitir a aplicação dos conhecimentos, promovendo a transferências de conhecimentos para a resolução de novos problemas. Os alunos tem a oportunidade de aprender através do trabalho cooperativo.
Palavras-chave: comunidades de prática, tecnologias, design, aprendizagem


Bibliografia:
Wenger, E. (2005). Technology for communities. CEFRIO Book Chapter.
Santos, M. Um olhar sobre o conceito de “Comunidade de Prática”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_de_pr%C3%A1tica. (30 Nov. 2008)
http://sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/sisifo03PT07.pdf (30 Nov. 2008)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sociogramas

O sociograma deste blog pode ser visualizado na imagem seguinte:

O método sociométrico tem como objectivo uma “avaliação” das relações interpessoais no seio dos grupos. Esta técnica pretende revelar e apreciar a estrutura de um grupo; os indivíduos dominantes ou populares; as divisões (racial, económica, etc.) e os padrões de aceitação e rejeição social.
Através do site http://www.aharef.info/static/htmlgraph/ podemos criar um sociograma de um URL.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Porquê comunicar e colaborar online?

Os seres humanos necessitam de comunicar para expressar e partilhar o seu conhecimento, assim como expressar as emoções. De uma forma tradicional, a comunicação efectua-se através da fala, escrita e expressões.
A Internet é conhecida pela “rede das redes” ou “auto-estrada da informação”, em que privilegia a comunicação online e estimula o trabalho colaborativo.
A comunidade educativa manifesta um grande interesse pela utilização da Internet, em que a maioria dos nossos alunos são utilizadores habituais dos serviços telemáticos disponíveis.
Penso que todos nós questionamos quais os riscos e benefícios da Internet.
Os educadores têm um papel fundamentar: aconselhar, alertar e dialogar com os jovens sobre os perigos existentes na Web, tal como os orientamos na sua vida quotidiana e o que devem evitar.
A aplicação de filtros e/ou inibição de aceder à Internet nunca será a solução para os problemas existentes na Web.
Será necessário educar para uma utilização positiva e sensibilizar para os riscos existentes, para que todos os utilizadores consigam identificar sozinhos o que lhes interessa e o que não lhes interessa.
Segundo Seymour Papert (1997): “as novas tecnologias podem ter um papel positivo ou negativo, dependendo da forma como são utilizadas”.
Pierre Lévy, defende que a sociedade passou por três etapas:
1. as sociedades fechadas, voltadas à cultura oral;
2. as sociedades civilizadas, imperialistas, com uso da escrita.
3. a cibercultura, relativa à globalização das sociedades.
A globalização obriga a que presente o fenómeno da infoinclusão, logo o espaço da sala de aula é um aliado às tecnologias. O problema surge como integrar plenamente as TIC no processo de ensino-aprendizagem.
Monereo (2005) identifica quatro competências sócio-cognitivas que podem e devem ser rentabilizadas na Internet: aprender a procurar informação, aprender a colaborar e aprender a participar na sociedade.
Actualmente, considera-se que uma aprendizagem efectiva deve ser colaborativa, directamente relacionada com os ambientes informatizados, como as plataformas de aprendizagem.
A aprendizagem colaborativa é sobretudo um processo de interacção social que deve ser promovida na Educação. Os alunos realizam actividades, resolvem problemas em cooperação e participam em tarefas comuns. Nem todas as aprendizagens se fazem de modo colaborativo e nem todos os alunos gostam de aprender nesses ambientes (Hopper, 2003).
De uma forma geral a integração das TIC no ensino trouxeram grandes vantagens:
· A comunicação à distância (síncrona ou assíncrona);
· Custos reduzidos de comunicações;
· Interacção de todos os participantes;
· Partilha de experiências e conhecimentos;
· As plataformas de apoio à aprendizagem facilitam a disponibilização de recursos, registos de actividades dos utilizadores.